CEO da Motiva confirma até R$ 190 bilhões de investimentos em novas concessões


A transformação do setor de transporte público no Brasil tem se intensificado, especialmente após os desafios enfrentados durante a pandemia de Covid-19. A Motiva, uma das protagonistas nesse cenário, liderada por Miguel Setas, anuncia um futuro promissor com a confirmação de até R$ 190 bilhões em novos investimentos em concessões. O foco não está apenas em expandir a infraestrutura, mas também em redefinir a experiência do passageiro e promover uma comunicação mais humanizada. Este artigo visa explorar profundamente essas mudanças, suas implicações e a visão da Motiva para o futuro.

O novo e promissor caminho da Motiva

A mudança de nome de CCR para Motiva é mais do que uma simples alteração de marca; é uma evidência de uma estratégia mais ampla que busca inovação e prioridade no atendimento ao cliente. Com uma nova missão voltada para a mobilidade urbana e a experiência do usuário, a Motiva tem como objetivo não apenas construir, mas também inspirar o desenvolvimento de serviços que questionem o status quo. Os 70 milhões de clientes e 17 mil colaboradores diretos são parte crucial dessa jornada, e a empresa busca criar um ambiente onde cada um se sinta verdadeiramente valorizado.

Investimentos significativos, desafios persistentes


Mesmo com a expectativa otimista de R$ 278 bilhões em infraestrutura até 2025, conforme mencionado por Miguel Setas, a Motiva ainda se depara com o desafio de financiar sua coleta de recursos, que precisa multiplicar para atender o crescimento necessário. Apesar dos investimentos recordes, Setas admite que essa cifra ainda representa apenas metade do que realmente precisa ser investido. A expectativa de R$ 190 bilhões em concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) em áreas como rodovias e mobilidade urbana é um indicador do potencial de crescimento que a Motiva vislumbra, especialmente em regiões metropolitanas estratégicas como São Paulo, Brasília e Recife.

Recuperando a confiança do passageiro

Um dos maiores desafios enfrentados pela Motiva é recuperar os passageiros que optaram por formas alternativas de transporte durante a pandemia. Miguel Setas revela que, para alcançar os níveis de passageiros pré-pandemia, a Motiva necessita de um aumento de 5% a 10% na utilização dos seus modais. Surpreendentemente, a média nacional de recuperação, especialmente para ônibus urbanos, varia de 10% a 15%. Contudo, os sinais são promissores, visto que as linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda apresentaram crescimentos superiores ao Produto Interno Bruto (PIB), demonstrando uma recuperação acelerada.

O papel da cultura e capacitação no transporte

A Motiva não se limita apenas à infraestrutura, mas busca enriquecer a experiência do passageiro através da educação e cultura. A parceria com a Fundação Roberto Marinho para oferecer cursos profissionalizantes via celular é um passo significativo que transforma o tempo gasto no transporte em uma oportunidade de desenvolvimento pessoal. Além disso, exposições de arte em estações da Motiva, inspiradas em grandes artistas como Tarsila do Amaral e Portinari, contribuem para a humanização do espaço, tornando as viagens mais envolventes e enriquecedoras.


Transformando a comunicação no transporte público

A comunicação é uma peça-chave para a transformação do setor de transporte público. Miguel Setas sugere uma abordagem menos técnica e mais centrada no ser humano, enfatizando a necessidade de valorizar o impacto social da mobilidade. Isso deve englobar tanto iniciativas do setor público quanto privado. A transformação das narrativas pode ajudar a ressignificar a percepção do transporte público, promovendo um maior engajamento dos usuários e criando um clima de confiança que favoreça o uso do transporte coletivo.

Desafios tributários e sua relevância

Outro ponto crítico discutido durante o podcast é a possível tributação sobre benefícios voltados ao trabalhador, como vale-transporte e vale-refeição. O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) pode levar à obrigatoriedade de contribuição previdenciária sobre esses benefícios. A advogada Patrícia Avamileno destaca que essa possível medida poderá aumentar a carga tributária, afetar a competitividade das empresas e até mesmo contribuir para um aumento da informalidade. Essas questões acima destacadas potencializam a necessidade de um diálogo aberto entre os setores público e privado para garantir não apenas a viabilidade econômica das operações, mas também a justiça social.

O comprometimento com o atendimento ao cliente

O Grupo JCA é um exemplo de como se adaptar à realidade atual, investindo em melhorias no atendimento físico nas rodoviárias. Com um investimento de R$ 1,8 milhão na rodoviária do Tietê, em São Paulo, a empresa está atenta ao fato de que, mesmo com o crescimento do e-commerce, uma parte significativa das passagens ainda é vendida presencialmente. Isso ilustra que, apesar da digitalização, o atendimento humano ainda é necessário. A empresa planeja expandir essa requalificação e atualizar sua frota com novos ônibus até 2026, mostrando que o compromisso com a melhoria contínua é uma prioridade.

Modelo de parceria público-privada

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Uma reflexão importante proposta por Alexandre Pelegi, apresentador do podcast, foi sobre a eficácia das parcerias entre o setor público e a iniciativa privada. Para que essas colaborações tenham sucesso, é preciso ter um modelo equilibrado, que contemple clareza nas regras, divisão justa de responsabilidades e um enfoque no interesse do passageiro. É o equilíbrio entre as partes que permitirá não apenas a viabilidade econômica, mas também a oferta de um serviço de qualidade, que resulte em viagens mais rápidas e confortáveis.

Arena ANTP 2025: um marco para o setor

Ao observar o futuro, o evento Arena ANTP, programado para ocorrer entre 28 e 30 de outubro, promete ser um momento significativo para o setor de transporte. Com a expectativa de superar 4.000 visitantes e uma programação robusta, incluindo patrocinadores como o BNDES, é uma ótima oportunidade para discutir e impulsionar inovações no transporte. Esta plataforma pode servir como um espaço importante de diálogo e troca de experiências entre os profissionais do setor.

CEO da Motiva confirma até R$ 190 bilhões de investimentos em novas concessões – Technibus

A afirmação do CEO da Motiva, Miguel Setas, sobre o plano de investimentos de até R$ 190 bilhões em novas concessões reflete a ambição da empresa em reformular o setor de transporte e atender às necessidades emergentes de mobilidade no Brasil. Essa estratégia não só busca recuperar a confiança dos passageiros, mas também ressignificar a experiência de quem utiliza o transporte público. Em um cenário onde os desafios são muitos, a visão da Motiva para o futuro oferece um vislumbre de esperança e progresso.

Perguntas frequentes

Como a Motiva pretende recuperar os passageiros perdidos durante a pandemia?
A Motiva está focada em aumentar o uso dos seus modais entre 5% e 10%, visando alcançar os níveis de passageiros pré-pandemia.

Quais investimentos estão planejados pela Motiva?
A Motiva projeta até R$ 190 bilhões em novas concessões e parcerias em áreas de rodovias e mobilidade urbana.

Qual é a importância da cultura e capacitação para a Motiva?
A Motiva acredita que oferecer cursos profissionalizantes e exposições culturais enriquece a experiência do passageiro e promove educação e cultura.

Como a Motiva está abordando a comunicação com os passageiros?
A Motiva busca uma comunicação mais humanizada, centrada nas necessidades e experiências dos usuários.

Qual é a perspectiva em relação à tributação de benefícios como vale-transporte?
A possível tributação sobre vale-transporte e alimentação está sendo discutida e pode impactar a competitividade e aumentar a informalidade.

Como o Grupo JCA está se adaptando às novas demandas do mercado?
O Grupo JCA investiu em melhorias no atendimento físico nas rodoviárias, reconhecendo a importância do contato humano mesmo em um mercado digital.

Conclusão

A jornada da Motiva reafirma a importância de uma abordagem centrada nas pessoas no transporte público. Os investimentos expressivos visam não apenas aumentar a infraestrutura, mas também enriquecer a experiência do usuário, promovendo a educação e a cultura como componentes essenciais. À medida que a mobilidade urbana continua a evoluir, as iniciativas da Motiva podem servir como um modelo para transformações futuras em outros setores. O otimismo é palpável e as oportunidades, diversas — a esperança por um futuro mais conectado e eficiente é uma realidade em ascensão.